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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Contra crise, servidor não terá aumento real

Autor(es): Geralda Doca e Martha Beck
O Globo     -     13/08/2011      

                



TREMOR GLOBAL: Equipe econômica alega que as distorções salariais já foram corrigidas nos últimos oito anos

BRASÍLIA. O ajuste fiscal prometido pelo governo para enfrentar a crise mundial vai passar também pelo salário dos servidores. Dirigentes das principais estatais - Correios, Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, Infraero e Petrobras - já foram orientados a negar reajuste salarial com ganhos acima da inflação aos seus empregados, tanto em 2011 quanto em 2012. Nas campanhas salariais, a proposta será apenas a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Os funcionários públicos também não terão aumento. Mas os investimentos do Programa Nacional de Aceleração (PAC) serão mantidos e o objetivo do Executivo é acelerar as obras para garantir os empregos.

Segundo fontes da equipe econômica, apesar da calmaria nos mercados, há ainda muita apreensão sobre os desdobramentos da crise e eventuais impactos para o Brasil.

Servidores pedem
aumento real de 5% a 24%

Apesar da pressão dos sindicatos das categorias por aumentos reais significativos, já que o INPC nos últimos 12 meses até julho já acumulava alta de 6,87%, técnicos da equipe econômica afirmam que o governo vai "comprar a briga", mesmo sabendo que poderá haver custos com eventuais paralisações.

O argumento é que essas categorias foram contempladas durante os oito anos da gestão do presidente Lula com reajustes salariais e melhorias na carreira. A última parcela do reajuste oferecido por Lula será paga em 2012 e tem custo estimado em R$20,6 bilhões.

- As distorções foram corrigidas nos últimos oito anos. A realidade é diferente e chegou a hora de eles darem a contrapartida. Agora é o momento de (o dinheiro público) ir para o investimento - disse uma fonte da equipe econômica.

O comando nacional dos bancários - que integra as instituições públicas e privadas - entregou ontem a pauta de reivindicações aos banqueiros. Pede aumento real de 5% mais 7,5% de reposição da inflação. Os petroleiros, que também iniciam a campanha salarial em setembro, vão pedir aumento real de 10%, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Os funcionários dos Correios pedem aumento de 24%, referente a perdas de 1994 e 2010, mais a inflação. Os aeroportuários querem 7% de reajuste real, além da inflação.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que segurar os reajustes salariais não é a melhor forma para garantir o mercado interno.

- Esse pensamento está enviesado e eu já disse isso à presidente Dilma - afirmou Paulinho, quando esteve no plenário da Câmara e ouviu apelo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a necessidade do controle fiscal.
                

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